A moda de alisamentos e escovas não é de hoje, mas ainda há quem fique com medo de encarar métodos mais definitivos para o controle dos cachos e do volume. O receio, no entanto, deu lugar à coragem depois que a atriz Juliana Paes aderiu a um visual novo, com cabelos lisos, mas nada chapados. O tratamento que ela escolheu manteve as pequenas ondas, dando um aspecto mais natural ao penteado.
O resultado inclui ainda um volume bonito de se ver e muito balanço nos fios, que ficaram livres daquela aparência escorrida. Para acertar, como ela, e evitar os ressecados e quebradiços, a primeira dica é conhecer mais sobre os tipos de alisamento disponíveis. São várias fórmulas e muitas aplicações diferentes, cujo efeito depende do estado do seu cabelo antes de receber a química.
De chocolate, de flores, inteligente, de leite, progressiva ou definitiva: haja cabeça para memorizar e entender tantas opções de alisamento. Para completar, a indústria de cosméticos ainda dispõe de uma infinidade de produtos, para todos os tipos, texturas e comprimentos de fios.
Começando pelos sabores, uma revelação: chocolate, morango, leite, mel e frutas são estratégias que os fabricantes inventaram para disfarçar os fortes odores das químicas, como o formol. O resultado final é sempre o mesmo, independente do cheiro que a escova em questão apresente, o que importa mesmo são as substâncias usadas e elas não variam quase nada nesses tratamentos , explica o cabeleireiro e consultor técnico da Condor, Gennaro Preite.
Mas o cabeleireiro, que é especialista do MinhaVida, ainda ressalta que o cuidado deve ser grande na hora da escolha já que a técnica errada pode danificar bastante o cabelo. Nos últimos anos, as mulheres têm dado preferência para os cabelos de aspecto chapado. Para ficarem bonitos, no entanto, os fios exigem alguns cuidados, evitando a agressão à fibra capilar . O aspecto escorrido é o que mais revela qualquer imperfeição, como uma tintura que precisa de retoque, ressecamento, pontas duplas ou excesso de fios quebrados.
A seguir, conheça os detalhes dos principais tipos de alisamento:
Temporários: é sua velha conhecida, a escova do dia-a-dia. Também conhecida por brushing, forma o tipo mais conhecido de escova. Os efeitos somem assim que você entra no chuveiro ou toma chuva e dispensa ação de produtos químicos, todo o trabalho é papel do secador e da chapinha. Tome cuidado com os exageros, pois uso do secador pode danificar bastante os fios.
Progressivos: são eles que apresentam diversos sabores . Em alguns salões, também são chamados de escova francesa, progressiva ou relaxamento. Apresentam duração de até três meses. Quando realizados de maneira correta, além de alisar os cabelos, oferecem brilho e hidratação para os fios.
Definitivos: têm agentes mais fortes, que garantem o efeito por até um ano, mas precisam de retoque na raiz ao menos de três em três meses. Quem possui a raiz muito armada precisa fazer retoques mais freqüentes, em geral, uma vez por mês.
O cabeleireiro afirma que os três tipos são uma boa escolha, mas a clientes precisam ter certeza do que estão buscando. Todos esses tratamentos, quando executados de maneira correta apresentam um resultado bem positivo já que possuem ativos próprios para cada necessidade .
Outro item que deve ser levado em consideração são as substâncias apresentadas por cada produto, como explica Gennaro Preite. As substâncias mais conhecidas e utilizadas nos salões são hidróxido de sódio, hidróxido de cálcio, lítio, guanidina e a amônia. Elas possuem a função de quebrar ou desestruturar as cadeias internas do fio, modificando a textura para um formato liso ou menos ondulado .
Essas substâncias são essenciais para garantir um efeito mais liso, e não apresentam muitos problemas para o fio, isso quando não entram em contato uma com a outra. O problema é que as mulheres se empolgam e acabam misturando diversos estilos de escovas, e a maioria das bases presentes em casa uma delas não podem entrar em choque, ou seja, aplicada uma química no cabelo outra só poderá ser aplicada quando todo o comprimento for cortado. Alguns produtos permitem a aplicação de outro tipo de alisamento em cima de um já existente, mas são raros os casos em que isso dá certo. O melhor é não alterar o produto escolhido , ressalta o especialista. O choque de tratamentos causa queda do cabelo, ressecamento excessivo e perda do brilho.
O Formol
As escovas progressivas possuem, em sua fórmula, o tão discutido formol. Mas, na maioria dos casos, a substância é apresentada na quantidade autorizada pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), o que nem sempre proporciona um efeito tão liso quanto o desejado.
Mas como a preocupação com o uso de formol é enorme, por isso as empresas de cosméticos estão cada vez mais se desligando do produto. Um prova disso é o grande aumento de produtos que alisam e hidratam automaticamente e não possuem essa substância em sua formulação. E como explica o cabeleireiro isso é possível graças à queratina. Essa proteína regeneradora do fio contém nanopartículas de lipídios de diversos tipos, como da mandioca, bambu, castanhas e óleos essenciais, que dão emoliência e elasticidade à fibra capilar, permitindo um efeito mais natural. Há ainda outros componentes como a etalonamina, derivada do tioglicolato de amônia, componente mais comum nos produtos que têm um poder de alisamento maior , afirma o cabeleireiro.
O tioglicolato de amônia começou a ficar mais conhecido quando os casos de alergia ao formol passaram a pipocar no noticiário. A amônia, base desta substância, é um ativo químico proporciona uma quebra de DNA quando é aplicado no cabelo , explica Gennaro. O tioglicolato desestrutura as células dos cabelos, que ficam suscetíveis a qualquer tipo de modificação: ondular ou alisar os fios, tudo isso sem oferecer agressão .
Mas para realizar esse procedimento, o profissional precisa estar realmente preparado, já que o pH alcalino (proporcionado pela amônia) abre todas as cutículas dos fios, deixando-os vulneráveis e expostos. Para finalizar o tratamento, é preciso uma boa dose de hidratação, com produtos que fazem o cabelo voltar ao normal.
Olho aberto
O correto é sempre consultar um profissional especializado, capaz de indicar o alisante mais apropriado para o seu tipo de cabelo. E pense bem na sua escolha, dado que a troca de procedimento só pode acontecer depois que o cabelo alisado crescer e for cortado, evitando os choques. A realização de alisamentos em casa não é recomendada, pois, se algum passo da aplicação não acontecer como indicado pela empresa, podem ocorrer problemas irreparáveis, entre os quais feridas no couro cabeludo e queda capilar intensa.
Vale ressaltar ainda que as mulheres grávidas não devem ser submetidas a nenhum tipo de alisamento, já que mesmo em doses homeopáticas as substâncias utilizadas penetram na corrente sanguínea. Nesta fase, a melhor opção está na escovas tradicionais, que só utilizam secador , recomenda Gennaro.
